RurALL - Laboratório de Vida Rural em Lanheses
- Rita Roquette

- 29 de jan.
- 2 min de leitura

Estando eu em mãos com o projecto RurALL - Laboratório de Vida Rural aqui em Lanheses, ando em investigação preliminar deste lugar que me é agora casa. A mudança para Lanheses não foi uma escolha mas sim obra do destino que se mostrou no caminho e então agora começa tudo a fazer mais sentido…
Sabe-se do longínquo da tradição pelos muitos vestígios arqueológicos de cerâmica castreja e romana encontrados na Cividade do Lugar do Outeiro e das muitas referências de fornos e eiras de barro desde a época medieval.
Eram telhas de cano grosso, baldosas (tijoleira), vasos, tijolos furados, cântaros e púcaros que saiam dos fornos daqui de Lanheses e iam para a feira, até chegavam à capital e há quem afirme que o Convento de Mafra tem telha de Lanhezes. Até ao final da 1a Grande Guerra eram todas estas feitas aqui em unidades familiares e contavam-se até aos 30 fornos!
Seguiu-se o fabrico industrial de cerâmica com a Fábrica do Barreiro e algumas sociedades como a José Agra e Cia, que apesar de estar mais centrada em produção de telha e tijolo trouxe lugar ao ensaio da Olaria Artística de Lanheses (OAL), onde da loiça laranja passou-se para a branca, de grés fino, e onde se pretendia fazer ressurgir a faiança antiga de Viana. Esta oficina artesanal montada para ensinar e empregar pessoas no ramo da cerâmica, em especial na pintura, começou com os incentivos da Comissão de Festas da Sra da Agonia e do Ministro do Interior de então. Dando lugar 1983 à sociedade por quotas Olaria de Lanheses, onde se produziram peças de porcelana de valor artístico assinadas por pintores.
“ Resta-nos a esperança que Lanheses volte a explorar esta riqueza...”
E há de o voltar a fazer!
Extractos do video “Cerâmica e Olaria de Lanheses- Testemunhos e Marca do Passado” feito pelo Ezequiel Vale e do Caderno Vianense nº42 de 2008 com o texto produzido por Maria de Fátima Pimenta Agra.


















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